Na última quinta-feira, dia 9 de janeiro, foi realizada no Hospital Lindouro Avelar, pela equipe do MG Transplantes com o auxílio da equipe médica e de enfermagem do Hospital, a primeira captação de órgãos de 2025. Durante o procedimento, o sétimo feito na Instituição, foram retirados e, em seguida, doados um par de rins e de córneas que irão contemplar até quatro pessoas que estão na lista de espera, aguardando por um transplante.
Totalmente preparado para a captação de órgãos, o Hospital Lindouro Avelar realiza o procedimento após a devida autorização dos familiares, sempre que um paciente vem a falecer na Instituição.
Todos os órgãos doados destinam-se a pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em uma lista de espera unificada e informatizada, em uma mesma base de dados. Cabe à Central Estadual de Transplantes, por meio desse sistema, gerar a lista de receptores compatíveis. Se não houverem, ou o Estado não realizar a modalidade de transplante referente ao órgão doado, ele é então ofertado à Central Nacional de Transplantes (CNT), do Ministério da Saúde, para a distribuição nacional.
Atualmente, existem no Brasil, país com o maior programa público de transplantes do mundo, cerca de 40 mil pessoas na fila de espera por um órgão. Apesar de dados do Ministério da Saúde apontarem para um crescimento no número de doações, vale sempre ressaltar a importância do gesto para o aumento da oferta e, consequentemente, redução no tempo de espera de pacientes que aguardam por uma doação.
Quais órgãos podem ser doados?
Órgãos como um dos rins, parte do pulmão ou do fígado e medula óssea podem ser doados ainda em vida por pessoas em boas condições de saúde, maiores de 18 anos e capazes. Quando não é realizada entre parentes (pai, mãe, filhos, irmão, tios ou avós) há a necessidade de autorização judicial. A exceção é a medula, que pode ser doada também por menores de 18 anos e a qualquer paciente, sem necessidade de decisão da Justiça, em razão da dificuldade de encontrar indivíduos 100% compatíveis e a regeneração completa em apenas sete dias.
Em caso de morte encefálica é possível a retirada para transplante dos rins, pulmões, coração, válvulas cardíacas, fígado, pâncreas, intestino, córneas, ossos, cartilagem, tendão, veias e pele.
Como ser um doador de órgãos?
Antes, valia na legislação brasileira o conceito de “doação presumida”. Nesse modelo de doação, todo brasileiro que não registrasse vontade contrária em documento de identidade era um doador em potencial. Em 2001, a Lei nº 10.211 extinguiu a doação presumida no Brasil e passou a vigorar o conceito de “doação consentida”, alteração que concedeu o poder de decisão à família do doador.
Em resumo, com a mudança, para ser hoje um doador, basta somente o interessado conversar com a família sobre o seu desejo. Ou seja, para doar, a pessoa precisa apenas querer e sua família saber. Então, se essa é a sua intenção, converse com seus familiares e deixe claro sua vontade. A doação de órgãos é um ato nobre que pode salvar inúmeras vidas!